terça-feira, 25 de novembro de 2014

O MOVIMENTO DO CORPO INFANTIL - UMA LINGUAGEM DA CRIANÇA

OFICINA: LINGUAGEM GRÁFICA

PLANOS DE AULA - LINGUAGEM GRÁFICA

Atividade: Engatinhar sobre tinta (comestível)
Faixa Etária: 0 -1 ano.
Objetivo: Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação. Conhecer as cores.
Aplicação: Colocar um pedaço de papel pardo bem grande no chão, com o pincel, despejar tinta de cores variadas para que os alunos engatinhem sobre a tinta, uma professora irá acompanhar a criança e a outra o chamará do outro lado papel.

Atividade: Desenhos de animais com texturas da pele
Faixa Etária: 0 -1 ano.
Objetivo: Reconhecer objetos através do tato pela textura, ampliação da percepção sensorial da criança. Apresentar os animais e suas respectivas características.
Aplicação: Confeccionar desenhos de animais com a textura da pele e levar que as crianças toquem, observem e conheçam diferentes texturas, depois com os olhos tapados deixar que manipulem os objetos e adivinhem qual animal estão tocando.

Atividade: Livros, revistas e panfletos para manuseio.
Faixa Etária: 0 -1 ano.
Objetivos: Manipular diferentes suportes gráficos, como jornal, papel, papelão, parede, livros infantis, etc e Realizar leitura de imagens e apreciar fotos, desenhos, ilustrações, etc.
Aplicação: Colocar todos os alunos sentados em círculo e deixar que manipulem livremente todos os materiais oferecidos, indagando sobre as imagens que estão 

Atividade: Reconhecimento do corpo
Faixa Etária: 0 -1 ano.
Objetivo: Criar imagens a partir de seu próprio repertório e da utilização dos elementos da linguagem das artes visuais: ponto, linha, forma, cor, espaço, textura, etc.
Aplicação: Permitir que os alunos se olhem no espelho observando todas as partes do corpo em seguida disponibilizar uma folha de papel e giz de cera de cores diversas para que livremente desenhem o próprio corpo.

Atividade: Mural de animais com carimbo de mãos e pés
Faixa etária: 1-2 anos.
Objetivo: Conhecer os animais e desenhar como forma de lazer, de registro, de expressão.
Aplicação: Dividir a turma em dois grupos. Enquanto um brinca livremente com os brinquedos organizar o outro na mesa e permitir que carimbem as suas mãos, a professora deverá direcionar os alunos para que o mural fique organizado. Depois, a professora realizará o acabamento para que as mãozinhas se tornem animais.

Atividade: Pinturas com balão ou bola (livre)
Faixa etária: 1-2 anos.
Objetivo: Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação articulando a linguagem gráfica ao movimento do corpo, possibilitando o desenvolvimento motor, emocional e gráfico.
Aplicação: Utilizando uma bola como pincel permitir que coloquem a bola na tinta e a joguem na parede formando diferentes imagens de acordo com a posição da bola, com a cor utilizada, com a força com que a bola bate na parede.

Atividade: Fazer o contorno das mãos com giz no chão
Faixa etária: 1-2 anos.
Objetivo: Desenvolver a coordenação motora. Conhecer os diversos suportes e funções do desenho.
Aplicação: Levar as crianças para uma área fora da ambiente de rotina do centro de Educação e com giz deixar que desenhem livremente contornando suas mãos na calçada.

Atividade: Encontrar em revistas animais e em conjunto elaborar um cartaz.
Faixa etária: 1-2 anos.
Objetivo: Fazer colagem. Conhecer os animais. Introduzir a tesoura.
Aplicação: Organizar os alunos em círculo e deixar folhearem as revistas perguntando se estão vendo os animais. Toda vez que algum aluno encontrar um animal deixar que usem a tesoura como conseguirem e com o auxilio da professora recortar o desenho. Em seguida depois de organizar a sala, a professora cola a cartolina na parede e pede que as crianças entreguem as figuras e a professora vai colando enquanto conversa com as crianças.

Atividade: Carimbo com frutas e vegetais
Faixa etária: 2 -3 anos.
Objetivo: Conhecer as frutas e os vegetais. Explorar e manipular materiais diversificados.
Aplicação: Sentados em roda, conversar com as crianças sobre a importância dos vegetais e das frutas mostrando algumas. Conversar sobre os acidentes que podem ocorrer, sobre a higiene dos alimentos e em seguida cortar as frutas para mostrar sua parte interior. Depois, sentar as crianças nas mesinhas e deixar que carimbem livremente sobre a cartolina com a beterraba, em seguida entregar a batata ( a professora anteriormente cortará a batata em formas variadas) deixar que as crianças caribem com a batata na tinta e no papel.

Atividade: Colagem com rótulos de alimentos
Faixa etária: 2 -3 anos.
Objetivo: Apresentar a diferença entre os alimentos naturais e industrializados. Utilizar a colagem em processos de criação de arte.
Aplicação: Sentados nas mesinhas mostrar para as crianças os rótulos, perguntando se conhecem os alimentos, se já comeram se preferem aqueles às frutas, salientando a importância dos alimentos naturais, as cores e as letras presentes nos rótulos. Depois organizar um cartaz com rostinhos de triste e feliz e ao lado do rostinho feliz colar os rótulos que são considerados mais saudáveis  e no triste aqueles que são menos saudáveis.
Avaliação: Será feita através do decorrer da atividade, percebendo a forma como eles entendem sobre rótulos, o julgamento entre saudável e não saudável.

Atividade: Buscar em revistas alimentos específicos (cor)
Faixa etária: 2 -3 anos.
Objetivo: Reconhecer e nomear as cores ao seu redor, percebendo as diferentes tonalidades que podem apresentar.
Aplicação: Deixar as crianças folhearem a revista em busca de frutas ou legumes a partir da cor. A professora dirá que devem procurar alimentos de determinada cor e eles deverão encontrar o alimento determinado.

Atividade: Confeccionar frutas com massinha (comestível)
Faixa etária: 2 -3 anos.
Objetivo: Utilizar de procedimentos para modelar.
Aplicação: Sentados nas cadeiras deixar que modelem livremente os alimentos que mais gostam, deixar que utilizem forminhas de frutas.

Atividade: Varal de historia do VAN GOGH
Faixa etária: 3 - 4 anos.
Objetivo: Perceber a sequencia dos fatos através da visualização das imagens.
Aplicação: Levar impresso imagens que representam a vida do autor. Montar no meio da sala um varal e nele ir pregando as imagens enquanto conta a historia de Van Gogh.

Atividade: Representação da obra O GRITO (foto)
Faixa etária: 3 - 4 anos.
Objetivo: Ler e interpretar registros, como desenhos, fotografias,  maquetes, 
documentários, relatos de pessoas, livros, mapas. Perceber a importância da fotografia como recurso visual.
Aplicação: Levar um mural de TNT pintado com o fundo que contém a obra o grito. Colocar no rosto das crianças uma meia calça e pedir que imitem a fisionomia que se encontra na obra, neste instante as crianças serão fotografadas.

Atividade: Releitura da obra OS GIRASSÓIS com areia, erva, papeis diversos
Faixa etária: 3 - 4 anos.
Objetivo: Utilizar a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem em processos de criação e produção de arte.
Aplicação: Mostrar para as crianças a obra de arte de “Os girassóis (Doze girassóis numa jarra)” e fazer a devida interpretação da obra. Depois, organizar a sala em grupos e entregar um desenho impresso para cada grupo, entregar a areia para seja feito o fundo do desenho, em seguida a erva para que colem no vaso e os girassóis serão confeccionados com embalagens de docinho.

Atividade: Observação da obra “Quarto em Arles”
Faixa etária: 3 - 4 anos.
Objetivo: Noções de espaço e geografia, com a observação da obra e em seguida da sala de aula, bem como desenvolver o desenho livre.
Aplicação: Levar a obra “Quarto em Arles” e deixar que observem, em seguida a professora fará questionamentos para que em conjunto realizem a interpretação da obra. Depois todos andarão pela sala e observarão a posição dos móveis e a organização da sala. Então a professora irá entregar uma folha de papel para que desenhem a sala de aula.

Atividade: Dobradura do gato (Romero Britto)
Faixa etária: 4 – 5 anos.
Objetivo: Aprimorar a coordenação motora fina e estimular a criação artística, e a sequencia de etapas.
Aplicação: Mostrar para as crianças a obra de arte do Romero Britto (O gato). Conversar com as crianças sobre a obra e em seguida entregar o papel dobradura já cortado no formato certo. A professora fará a dobradura passo-a-passo auxiliando as crianças em cada etapa.
Atividade: Escultura com massinha
Faixa etária: 4 – 5 anos.
Objetivo: Desenvolver a coordenação motora fina, assim como a linguagem gráfica manual.
Aplicação: Colar no quadro imagens de esculturas famosas e possibilitar que as crianças em suas mesinhas confeccionem as esculturas.

Atividade: Confecção de quadros (pratinhos)
Faixa etária: 4 – 5 anos.
Objetivo: Desenvolvimento da linguagem gráfica da fase pré-esquemática da criança, compreensão do espaço disposto para desenhar (redondo).
Aplicação: Disponibilizar tintas, pincéis, giz, lápis e deixar que as crianças criem suas próprias obras de arte em pratinhos de papelão. Depois cada criança mostrará o seu desenho e contará para as crianças o nome de sua criação. Por fim, a professora montará um mural com a produção de todas as crianças.

Atividade: Confecção do guarda-chuva
Faixa etária: 4 – 5 anos.
Objetivo: Desenvolvimento da linguagem gráfica da fase pré-esquemática da criança, compreensão do espaço disposto para desenhar (redondo), percebendo que todo lugar e material é possível a realização de arte.
Aplicação: A professora dividi a turma em grupos com 4 integrantes, distribui um guarda-chuva grande e tintas de tecido, os guia para elaboração da atividade, antes eles devem entrar em acordo sobre o tema que irão fazer, trabalhando em conjunto.

Atividade: Desenho em dupla
Faixa etária: 5 – 6 anos.
Objetivo: Desenvolvimento da linguagem gráfica da fase esquemática da criança, compreensão da imagem do outro e a própria imagem.
Aplicação: Sentados em dupla um frente ao outro, um irá fazer uma pose enquanto o outro faz o retrato do colega, após terminar inverte-se as posições.

Atividade: Completar obras famosas
Faixa etária: 5 – 6 anos.
Objetivo: Desenvolvimento da linguagem gráfica da fase esquemática da criança, percepção e compreensão da imagem humana.
Aplicação: será entregue desenhos de esculturas famosas faltando partes (braço, perna, etc) e pedir para que completem da forma como veem o corpo humano.

Atividade: Confecção de quadros (pratinhos)
Faixa etária: 5 –6 anos.
Objetivo: Desenvolvimento da linguagem gráfica da fase pré-esquemática da criança, compreensão do espaço disposto para desenhar (redondo).
Aplicação: Disponibilizar tintas, pincéis, giz, lápis e deixar que as crianças criem suas próprias obras de arte em pratinhos de papelão. Depois cada criança mostrará o seu desenho e contará para as crianças o nome de sua criação. Por fim, a professora montará um mural com a produção de todas as crianças.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

REVIVENDO O FOLCLORE

O QUE VAI ACONTECER NESSE DIA?
Nesse dia, todas as manifestações folclóricas serão revividas e vivenciadas, enfatizando-se o folclore da própria região onde está acontecendo o evento.

O QUE VAI SER FEITO?
A população terá oportunidade de se envolver nesse momento folclórico, participando diretamente (construindo, experimentando e assistindo) de:
* brincadeiras
* brinquedos
* jogos
* rodas cantadas
* danças e folguedos
* cantorias
* conjuntos instrumentais
* cabeções
* cordão de bichos
* lemas (de caminhões)
* anedotas
* contos acumulativos
* travalínguas
* adivinhações
* lendas
* crendices
* artesanatos
* comidas e bebidas típicas
* realejo
* literatura de cordel
* amostra de tapetes – no chão.

ORGANIZAÇÃO GERAL DO EVENTO
O evento Revivendo o folclore é uma verdadeira feira onde simultaneamente estarão acontecendo manifestações populares das mais diversas. Pela própria característica deste evento, será necessário um local bem amplo (praças, campos de futebol, praia, terreno) ou vários locais próximos (ruas que se cruzam , áreas livres de uma escola ou outras instituições). Estes locais deverão estar sinalizados com marcação específica para cada atividade. Monitores identificados estarão nos diversos locais para estimular, orientar e encaminhar os participantes na “feira” folclórica.
(desenhos)

O QUE ACONTECERÁ EM CADA LOCAL:
* Brincadeiras e jogos:
Sugerimos que se desenvolvam neste local brincadeiras do tipo:
* papavento
* pipas (papagaio)
* bola de gude
* bilboquê
* pião
* bola de meia
* peteca
* perna de pau
* corda
* pedrinhas
* barra manteiga
* rodas cantadas
* amarelinha
* lenço atrás
* passa anel
* caracol
* estilingue
* cama de gato
* unha de mula
* ioio
* corrupio
* cabra cega
* botão na linha
* telefone (de caixa)
* garrafão
* mãe de rua
* calçadinha
* balança caixão
* boca de forno
* estátua
* roda aro.
Para a realização das brincadeiras, brinquedos e jogos há necessidade de vários monitores que estarão estimulando, orientando e alternando as atividades.
É importante dosar a quantidade de atividades a serem realizadas. Se o número de participantes for muito grande, estipule um tempo, para atender a todos (15 ou 20 minutos são suficientes para cada atividade).
* Danças, folguedos e cantorias
Acontecerão em um local amplo, sobre tablado ou não, lembrando sempre que grande número de pessoas se aglomeram para assistir esse tipo de espetáculo.
Grupos folclóricos já existentes serão convidados para esse tipo de apresentação. Escolas, agremiações e associações muitas vezes se organizam e preparam com muita eficiência danças, folguedos e cantorias.
É interessante ter com antecedência uma programação das apresentações, porque um grupo seguirá o outro. A confirmação da presença dos grupos é importante.
Sugestões para as apresentações:
* cateretê ou catira
* pau de fita
* fandango
* jongo
* batuque
* reisado
* quadrilha
* congada
* moçambique
* bumba meu boi
* chula
Grupos de cantorias, conjuntos instrumentais, desafios, também poderão se apresentar neste mesmo local.
* Desfiles:
Poderão acontecer durante todo o tempo do evento: pelas ruas, praças e imediações.
Quem vai desfilar?
Gigantes, caretões e cabeções – são figuras enormes de gente ou animal que poderão estar fantasiados de corpo inteiro ou não.
Grupos vestidos à caráter – Ex.: gaúcho, colhedores de café, vaqueiros do Nordeste, cangaceiro, baiana, garimpeiros.
* Mural gigante:
Poderá ser improvisado com papelão e tábuas, eucatex, ou será mesmo um muro onde as pessoas escreverão em papéis grandes ou cartolinas a sua colaboração. Esse mural terá uma sugestão inicial já escrita. Cada pessoa que passar por ele poderá acrescentar o que for adequado.
Os monitores, sempre como estimuladores, desafiarão os presentes a ajudarem a completar o painel. Para isso, cederão papéis, lápis cera ou pincel atômico.
O que será escrito no painel?
Lemas de caminhão:
Ex.: Amor sem beijo é como macarrão sem queijo.
Se eu estiver abraçado com uma mulher feia, pode separar porque é briga.
Adivinhações: O que é o que é?
Ex.: Que cai em pé e corre deitado. (chuva)
* Por mais que se corte, fica sempre do mesmo tamanho. (baralho)
* A mãe é verde, a filha encarnada, a mãe é mansa, a filha danada. (a pimenteira e a pimenta).
Trava – línguas:
O monitor desafiará as pessoas a pronunciarem rapidamente.
Ex.: a aranha arranha a jarra, a jarra arranha a aranha.
Um prato de trigo para três tigres.
Ditados e provérbios:
Ex.: macaco velho não mete a mão em cumbuca.
Em terra de cego, quem tem olho é rei.
Crendices e superstições:
Desmaio: cura-se dando ao paciente para cheirar uma pena de galinha queimada.
* chinelo quando cai com a sola para cima vai morrer alguém da casa.
Os monitores também estimularão as pessoas a contarem lendas, contos, anedotas, poesias.
Um espaço poderá ser reservado para exposição de literatura de cordel.
Artesanatos e comidas típicas:
Será reservado um local para exposição de artesanato de toda espécie: madeira, tecido, tapeçaria, vime, argila, corda, barbante, pedras, folhas, penas, palha, bronze.
Artesãos da própria cidade poderão estar presentes, confeccionando, estimulado a população e também expondo seus trabalhos.
Comidas típicas brasileiras terão lugar de destaque.
Se houver dificuldade na viabilidade deste local, poderá ser suprida com recursos visuais vistosos e dispostos de forma atraente:
Cartazes de propaganda que muitas vezes temos em casa, conseguidos da festa da uva, do gado, da mulher rendeira, etc...
Gravuras, desenhos, quadros, recortes de revistas, que representem o nosso folclore.
Esses recursos poderão ser dispostos, aproveitando-se o painel já sugerido anteriormente.
* Tapetes:
Em locais previamente estabelecidos, grupos de pessoas se ocuparão na tarefa de fazer os tapetes de flores, serragem colorida, tampinhas de garrafas, palitos, folhagens, pós de café usado e seco.
A realização desses tapetes depende de um planejamento feito com bastante antecedência, envolvendo: o grupo que vai participar, os modelos, os materiais e moldes que serão utilizados.

OFICINA IMPROVISADA
É um local onde estarão diversos materiais que possibilitem a confecção de brinquedos e enfeites que serão utilizados pelos participantes durante o evento. Alguns monitores estarão fixos no local orientando e estimulando as realizações.
Na oficina poderão ser construídos:
* pipas
* nequinhas
* cataventos
* bruxa de pano
* bilboquê
* macaquinho equilibrista
* pulseira de sementes
* sanfoninha de serpentina
* bola de meia
* peteca de palha de milho
* perna de pau
* mamulengos (bonecos)
* colares
Ainda poderão ser feitos recortes em papéis para servir de enfeite.

OBSERVAÇÃO:
Será previsto um horário para o encerramento do evento, quando poderá ser reapresentado o desfile já sugerido, enriquecido pelos grupos que se apresentaram, contando também com a participação dos artesãos portando seus trabalhos.
Cada cidade que realizar este evento poderá escolher, entre várias atividades sugeridas, aquelas que sejam mais convenientes ou outras que não constem destas sugestões.

SUGESTÕES PAR FAIXAS: (DESENHO)

FUNDINDO A CUCA

O QUE VAI ACONTECER NESSE DIA?
Nesse dia, as pessoas estarão presentes em uma praça ou outro local, onde mostrarão engenhocas ou inventos, participarão de jogos de raciocínio, quebra-cabeças, charadas, assistirão espetáculos de mágica, enfim, “fundirão a cuca” com coisas interessantes e enigmáticas.

COMO AS PESSOAS VÃO PARTICIPAR?
As pessoas participarão das mais variadas formas:
* mostrando engenhocas ou inventos
* jogando xadrez, dama, resta um...
* montando quebra-cabeças
* matando charadas
* fazendo palavras cruzadas
* respondendo adivinhações
* assistindo espetáculos de ilusionismo e prestidigitação, procurando descobrir com são feitos os truques.
* participando de atividades com mímica
* participando de jogos de memória.
* procurando reconhecer músicas, apenas ouvindo algumas de suas notas.
* Tentando reproduzir amostras complicadas de tricô, crochê, macramé...
* jogando paciência
* jogando com números
* assistindo ou realizando experiências simples de física ou química
* brincando de “cama-de-gato”
* andando em labirintos
* decifrando carta enigmática

ORGANIZAÇÃO GERAL DO EVENTO
Esse evento pode ser realizado ao ar livre ou em ambientes fechados, amplos, como clubes e escolas. A organização básica consiste em distribuir as diversas atividades propostas por vários pontos do local do evento, com uma sinalização que facilite a orientação dos participantes. Em cada atividade haverá um ou mais monitores, visto que grande parte das atividades sugeridas requer algum tipo de explicação.
Para despertar grande interesse dos participantes do evento, cada monitor deverá ter segurança na orientação, devendo para isso, conhecer bem os jogos e truques que irá promover. Portanto, esse evento requer um treinamento prévio e específico.
Os monitores serão voluntários da comunidade, convocados para treinamento com bastante antecedência.
As adivinhações, charadas, respostas geniais e enigmas serão escritos em cartazes e fixados em mural.
Em local que comporte maior número de pessoas serão realizados truques de prestidigitação e ilusionismo, além de demonstrações de inventos e outras apresentações. Nesse local amplo, também poderão ser feitos a abertura e o encerramento do evento.
Para que se tenha uma idéia mais clara da organização do evento,
apresentamos, a seguir croquis de eventos realizados numa praça e numa escola.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
ADIVINHAR A IDADE
O animador pede que um participante pense na sua idade. A seguir pede que multiplique essa idade por 3, some mais 1, multiplique novamente por 3 e some o número original. Pede-se o resultado todo. Deste, tira-se o último número e teremos a idade.
OBS: Pode-se descobrir qualquer número.
TESOURA ATRAPALHADA
O animador apanha uma tesoura e diz aos participantes que deverão estar sentados em círculos (de preferência em cadeiras):
* Receba esta tesoura que está aberta.
O segundo elemento dirá ao terceiro:
* Receba está tesoura que está fechada.
O animador interfere, quando as pernas da tesoura não estiverem na posição correta.
E assim cada jogador continua passando a tesoura (aberta, fechada ou de qualquer outra forma) a outro dizendo a frase.
O segredo do jogo está na posição das pernas (abertas, fechadas, cruzadas) do participante que passará a tesoura. Os jogadores deverão perceber o segredo.
Regra: Cada jogador deverá descobrir por si mesmo o segredo da brincadeira.
Obs: Esse jogo deve ser aplicado num lugar onde todos possam ver a posição das pernas dos participantes.

JOGOS MENTAIS
CRUZ PERFEITA:
* faça com um só corte de tesoura uma cruz perfeita, em um papel quadrado.
(desenhos)
QUADRADO:
* faça um quadrado dos quatro fósforos da figura abaixo, mexendo somente um dos fósforos.
(desenho)
ENVELOPE:
* tente fazer este desenho (envelope) sem retirar a caneta do papel e sem repetir nenhuma linha.
MOVA UMA MOEDA:
* coloque numa mesa oito moedas, formando um L conforme figura abaixo. Depois aposte que pode pôr
cinco, em cada uma das pernas do desenho movendo só uma moeda.
(desenho)
* quebra-cabeça gigante:
Confecção: desenhar e pintar em cartolina (com cores variadas) temas diversos. Recortar uns 10, 20 ou mais pedaços e propor a montagem.

BRINQUEDOS GIGANTES

O QUE IRÁ ACONTECER NESSE DIA?
“Brinquedos gigantes”, um evento alegre, onde a própria dimensão dos brinquedos já será uma motivação para o envolvimento dos participantes.
Brinquedos variados serão confeccionados e oferecidos à comunidade que, descontraidamente, poderá participar da confecção dos mesmos e da realização das brincadeiras recreativas.
A criança ficará encantada com o dominózão; a mamãe jogará o palitão relembrando os tempos de criança; a dama gigante despertará grande atenção; futebolão irá movimentar a todos intensamente. Tudo levará o participante a brincar alegremente!

ATIVIDADES SUGERIDAS
* Dominózão
* Dado gigante
* Jogo da velha gigante
* Palitão
* Dama gigante
* Xadrez gigante
* Bilboquezão
* Queimada com bola de plástico gigante
* Pião Rapa – Tudo Gigante
* Câmara de ar gigante (de trator)
* Futebolão
* Voleibolão
* Basquetão
* Pneuzão (de trator)
* Petecão
* Pipa gigante, etc...

COMO CONSEGUIR OS BRINQUEDOS GIGANTES
Confeccionando-os individualmente ou em grupo, da seguinte forma:
Dominózão; As 28 peças do dominó serão substituídas pro 28 caixas de sapato (só as caixas ou só as tampas) de tamanho médio. Elas poderão ser utilizadas da forma que se apresentam ou então pintadas ou encapadas.
Os símbolos que identificarão cada peça serão colocados no fundo da caixa ou da tampa (parte externa). Isso poderá ser feito de maneira tradicional ou utilizando-se outros símbolos como: frutas, flores, animais, letras, personagens da turma da Mônica, etc...que serão pintados ou colocados.

SUGESTÕES DE DOMINÓ COM FRUTAS (DESENHO)
Dado Gigante:
Caixa de papelão quadrada; cubos de isopor, de espuma, de cartolina, etc...onde serão pintados ou colados os símbolos do dado (medida: 30 a 50cm).
Jogo da Velha Gigante:
Riscar no chão com cal, giz ou tinta o diagrama do jogo em tamanha bem grande. Os símbolos (O e X) poderão ser feitos com madeira, cartolina, isopor...

Palitão:
Com cabos de vassoura pintados, fazer um jogo de Pega Varetas com 21 peças assim distribuídas: 4 verdes, 4 amarelas, 6 azuis, 6 vermelhas e 1 preta (combinar previamente o valor de cada cor, que será marcado no próprio cabo da vassoura).
Dama Gigante:
Os tabuleiros poderão ser pintados no chão em uma folha de eucatex, em uma lona, em plástico, etc...devendo cada casa ter 30cm por 30cm. As pedras poderão ser substituídas por latas de sorvete pintadas (12 pretas – 12 brancas) ou então latas de óleo, garrafas de plástico, rodelas de isopor, madeira, etc...
Xadrez Gigante:
Os tabuleiros serão confeccionados como no jogo de dama. As peças poderão ser feitas com garrafas de plástico cheias de areia e ,para identifica-las, fazer as figuras com cartolina e colá-las no gargalo.
Petecão:
Confeccionar petecas idênticas às tradicionais com dimensões maiores, utilizando materiais diversos. A base poderá ser feita de espuma, isopor, jornal, etc...e as penas , de tamanho maior que as tradicionais.
Bilboquezão:
Com cabos de vassoura cortados e latas de óleo de 1 litro, lata de palmito, lata de doce, etc...
Pião Rapa-Tudo Gigante:
Poderá ser confeccionado com isopor, madeira compensada, papelão ondulado, etc...e o pino poderá ser de cabo de vassoura, cano de plástico ou outro material semelhante. As letras poderão ser pintadas ou coladas (recortadas de capas de revistas, papel cartão,etc...)como fichas, poderão ser usadas embalagens de sabonete, pasta de dentes, copinhos de iogurte, caixas de fósforos, etc...

ORGANIZAÇÃO GERAL DO EVENTO
Pelas características dimensionais do material utilizado no Evento, será necessário um local amplo tal como: praça, campo de futebol, rua, avenida, etc...As ruas que circundam uma praça poderão ser transformadas em “campos” para desenvolvimento dos vários jogos coletivos. Os jogos em duplas ou os brinquedos individuais poderão ser distribuídos pela praça ou em uma só rua, dividida em setores.
A comissão organizadora deverá confeccionar com antecedência um bom número de cada tipo dos brinquedos gigantes, para que as atividades possam ter início na hora prevista.
Para o dia do evento poderá ser montada uma “oficina” com materiais diversos para reposição, consertos e, eventualmente, para a confecção de alguns brinquedos.
Essa oficina poderá ter: cabos de vassoura, latas de sorvete ou de óleo, cartolina, tintas, colas, isopor, serragem, papéis, bomba de ar, etc...(a tinta a ser utilizada deverá ser látex, pela fácil aplicação e secagem rápida e também durabilidade).
Para o desenvolvimento das atividades os locais deverão estar divididos por setores.
Cada setor deverá ter monitores identificados para estimular, orientar e encaminhar os participantes.

DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
As atividades serão desenvolvidas segundo as regras tradicionais dos jogos.
Poderão ser criadas novas formas de desenvolvimento dos jogos,dependendo da criatividade da Comissão Organizadora.
Sugerimos a seguir algumas variações:
* no jogo do Palitão, fazer a retirada das varetas em dupla.
* O Dado Gigante poderá ser utilizado para a marcação dos pontos de um jogo de caracol (em tamanho grande).
* No Petecão, fazer grupos de 2, 3 ou 4 participantes para ver qual grupo consegue ficar mais tempo com a peteca no ar.
* No Dominozão, para cada 7 peças, formar duplas ou trios para jogarem entre si.
Os jogos coletivos deverão ser utilizados da maneira tradicional, com bolas de plásticos coloridas em tamanha bem grande.

DURAÇÃO DE EVENTO
O evento poderá ser realizado em um período (manhã ou tarde)

DIA DO MASCARADO

O QUE VAI ACONTECER NESTE DIA?
A população será reunida em local amplo e pré-determinado.
Nesse dia, todos os que desejarem poderão mudar suas fisionomias, caracterizando-se através de máscaras, com diversos materiais e muita criatividade. Vamos transformar a nossa cidade , fazendo aparecer personagens conhecidos ou não, alegres ou tristes, delicados ou grotescos, falantes ou calados, engraçados ou apavorantes, desfilando pelas ruas, brincando, dançando, representando estórias, dando vida nova às pessoas.
Que tipos de máscaras poderão ser feitas?
* de sacos de papel
* de caixas de papelão
* de cartolina com elástico
* de meia
* de cartolina com haste
* em forma de óculos com hastes
* industrializadas
* cabeções
* de papier maché
As máscaras poderão ser complementadas com: perucas, cabelo de lã, palha de milho, folhas de árvores, fios em geral. Lantejoulas, papéis diversos (crepon, de seda, celofane, jornal,etc...), tintas, canudos de plástico, macarrão, botões, sementes, vidrilhos, algodão, retalhos de tecidos, darão volume e colorido nas caracterizações. Porém, deve ficar clar que não se trata de fantasias; a caracterização deverá se dotada pela máscara.
Como conseguir as máscaras?
* Confeccionando-as individualmente, ou em grupos;
* Confeccionando-as nas escolas, com a ajuda das professoras de artes e outros professores;
* Trazendo-as de casa;
* Confeccionando-as no dia do evento em “oficinas” improvisadas (local onde estarão diversos materiais que facilitem a confecção e complementação das máscaras).
Um artesão da própria cidade que se dedique ao trabalho de máscaras poderá estar presente, confeccionando-as, estimulando as pessoas e também expondo seus trabalhos.
Serão necessários monitores para orientar a oficina improvisada, para organizar a concentração e a partida do desfile, para animar e organizar as apresentações durante o passeio e para orientar as atividades finais. Sugerimos que esses monitores também usem máscaras.
Haverá desfiles e apresentações dos mascarados todo o tempo, pela praça ou pelas ruas da cidade.
Essas apresentações poderão ser antecipadamente preparadas por grupos informais, ou mesmo nas escolas, com a ajuda de professores. Poderão também ser apresentadas danças folclóricas que exijam máscaras. Convém estabelecer um limite de tempo (ex:10 minutos) para cada apresentação.
Alem das apresentações dos grupos antecipadamente preparados, poderão ser formados peuqenos grupos ou blocos, de acordo com:
* Caracterização: Ex: Grupos de animais, palhaços, bruxas, personagens de ficção científica, monstros, etc...
* Um tema determinado: Ex.: Circo, teatro, personagens de estórias (Walt
Disney, Monteiro Lobato, Maurício de Souza, Chapeuzinho Vermelho, etc...).
Esses grupos poderão improvisar movimentos ou danças, que serão apresentadas em círculos menores, tanto durante o passeio, quanto no local da concentração final.
O desfile final poderá terminar em um determinado local ou no mesmo da concentração. Os mascarados participarão de uma atividade em conjunto, utilizando música ou ao vivo.

SUGESTÕES PARA O FINAL DO EVENTO
Ao som da música, desfile de blocos de vários tipos de máscaras, ao redor do local.
Ao som da música, todos dançando. Quando a música parar, formar grupos de 3 pessoas, cada uma com um tipo de máscara (ex.: de saco de papel, de cartolina ou de caixa de papelão).
A música recomeça e os trios correm de mãos dadas. Quando a música pára, cada trio forma uma estátua.
A música recomeça e cada um corre sozinho. Quando a música parar, formar grupos de 5 pessoas. Essas 5 pessoas formam uma fila, um “trenzinho”.
Quando a música tocar novamente, o trenzinho vai se deslocar, sendo que todos farão o que o 1º da fila fizer. Quando a música parar ( um pouco), o 1º da fila vai para o final, e a atividade continua, já com outra pessoa puxando a fila. Repetir até que os 5 de cada grupo tenham comandado o movimento.
Formar várias rodas. Ao som da música, a roda gira para a direita, e para a esquerda, fecha, as pessoas agacham, levantam, conforme as sugestões do animador.
Mantendo as rodas, todos cantam músicas folclóricas, populares ou infantis, acompanhados pelo grupo musical.
O pessoaL deverá concentrar-se num local amplo, onde a importância do evento será ressaltada pela autoridade máxima do local, pelo Coordenador Geral, ou por um representante da comunidade, que na ocasião sensibilizará os participantes para o próximo evento.

DURAÇÃO DO EVENTO
Um período – manhã ou tarde.
As oficinas poderão ser montadas no período anterior ao evento e no decurso do próprio evento.
Convém esclarecer aos participantes que não é necessário permanecer o tempo todo com a máscara na cabeça, devido ao calor.
Concentração final: meia hora antes do horário previsto para o término do evento.

SUGESTÕES PARA ORGANIZAÇÃO DA OFICINA
A oficina poderá ser organizada em uma barraca de quermesse, em um galpão, em uma sala grande, enfim, em um local no qual possa haver um bom controle de fluxo de pessoal, visando o melhor aproveitamento do material e a orientação dos participantes.
Um grupo de pessoas deverá coordenar o funcionamento da oficina desempenhando as seguintes funções:
* Orientar e estimular os participantes na confecção de máscaras, dando sugestões e esclarecendo dúvidas;
* Controlar o material;
* Controlar a entrada, a saída e a permanência dos participantes na oficina, de modo a permitir a participação de um maior número de pessoas.
Os coordenadores da oficina deverão ter certa experiência com atividades plásticas (ex.: professores de educação artística, artesãos da região).
Como material para oficina, sugerimos os seguintes:
* sacos de papel;
* caixas de papelão;
* pedaços de cartolina;
* meias;
* linha de costura;
* retalhos de lã;
* palha de milho;
* papéis diversos(manilha, crepon, de seda, celofane, jornal,etc...);
* cola branca;
* tintas;
* canudos de plástico;
* botões;
* sementes;
* macarrão;
* retalhos de tecido.
Convém organizar esses materiais em caixas separadas, de modo a evitar perdas e facilitar o andamento do trabalho.
Essas caixas deverão estar distribuídas por todo o espaço da oficina, de forma a oferecer fácil acesso aos participantes responsáveis pelo sucesso do evento.

SUGESTÕES PARA FAIXAS: (DESENHO)

DIRETRIZES E OBJETIVOS ESSENCIAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Diretrizes e Objetivos essenciais para a Educação Infantil

Flávia Anastácio de Paula

A Educação Infantil tem conteúdos. Não necessariamente iguais do Ensino Fundamental. Se “A criança tem duas necessidades básicas concomitantes: os protetores (tato e colo, sono, sol e ar livre, alimentação, segurança emocional e física, higiene) e os construtores ou constituidores da especificidade humana” Temos que pensar e viabilizar uma alternativa metodológica que contemple:

Mediar a criação do humano
Conceito de homem: o que é SER um “ser humano” muda. O homem não nasce humano, mas aprende a sê-lo na vida concreta que vive (desde que nasce) ao realizar atividades com outros seres humanos. É pela atividade no mundo (objetos, instrumentos, usos, relações entre as pessoas, normas, linguagens, língua, a natureza,) que forma as redes neurais (ver, ouvir, pensar, interpretar, gostar, inteligência e personalidade) e aptidões capacidades, habilidades, potencialidades. O mundo se abre para a criança

Atividade significativa
Não é mero fazer mecânico. É significativa: conhece o objetivo e um motivo.
O trabalho com projetos. É trabalho, trabalho não alienado.

No centro do processo educativo deve estar a criança
Significa organização da vida escolar (estruturação das atividades, interações adulto/crianças/crianças) os horários (refeições, banho, sono, tempo livre) os espaços (movimentos, corporeidade, lugar social) implica que ela participe ativamente da determinação do que fazer e do como fazer. E estar ancorado nas “idades” mas que se adiante ao que a criança é capaz de fazer sozinha. Desenvolvimento de Projetos.

Papel essencial do adulto: com o outro
Particularidades da idade, do grupo de modo a conduzir ao desenvolvimento: estimulação precoce, mediação, ensino. Trabalho orientado para a ação conjunta COM (e não PARA nem PELAS) crianças. Fala-se COM a criança, e não para ela ou dela. Brinca COM ela. Desenha Com ela.

A interação verbal no processo educativo
Apropriação da experiência sociocultural. Apropriação do mundo. Comunicação essencialmente afetiva, a comunicação entre as crianças. A verbalização pela cr daquilo que vai aprendendo. “comunicação com o educador, os colegas, o mundo, o conhecimento que apropria”. Assim como outras formas de registro: desenho, montagem, oralização, texto individual ou coletivo.

A vinculação da criança com o meio
Relações diretas com seu meio, com seu tempo, e seu espaço. É na observação da realidade que a criança sente necessidade de compreendê-la.

OBJETIVOS

“A definição dos objetivos é o resultado daquilo que conhecemos acerca do desenvolvimento infantil, do que esperamos para a sociedade (...)”

Educação dos sentidos e dos sentimentos: brincar com os objetos e consigo
* Perceber o mundo pelo tato, ouvido e olhos...
* Usar as mãos de forma cada vez mais sofisticada...
* Aprender a manipular os objetos criados, os instrumentos, as técnicas...
* Desenvolvimento motor, sensorial e da corporeidade. Para a Autonomia;
* Construção da personalidade e da identidade. Emocional.
* Ensinar a perceber e gostar da pessoa diferente...
* pegar, segurar, engatinhar, andar, correr, pular, subir, pendurar-se, entrar e sair de caixas maiores;

Educação política: brincar com os outros
* Aprender a interpretar o mundo das relações humanas...
* Relacionar-se com os outros...
* Hábitos e costumes ...
* Respeito à diversidade... e o compromisso com a igualdade...
* Perceber o outro, ajudar, dividir, fazer junto...
* “jogos com regras” “criar regras” “jogos de papeis”

Educação científica: brincando com o mundo
* Pensar com os conceitos/palavras que vai apropriando...
* Interpretar o mundo que vai conhecendo e buscar explicações para as situações, fenômenos e transformações que vivencia. Brincar de Cozinha/ coleções
* Curiosidade. Observar, investigar, levantar hipóteses, comparar, analisar, discutir problemas, buscar informações, elaborar conceitos provisórios, registrar com desenhos. Elaborar o que são, como funciona, elaborar porquês.

Educação do pensamento: brincar com as produções da humanidade constituindo-se
* Forjar e usar a atenção e a memória na medida da necessidade e a imaginação;
* Imitação do adulto;
* Aprender linguagens e a língua materna (verbal: controle da própria ação);
* Expressar-se (através do desenho, pintura, modelagem, dança, música, teatro/dramatização, da linguagem verbal (oral e escrita)
* Interagir e “descentrar” (pontos de vista do outro)
* Organizar-se.

BIBLIOGRAFIA
MELLO, Sueli.Trabalho com Projetos na Pré-Escola: uma alternativa metodológica. UNESP: Marília/SP, 1997, 17pp. Mimeo.)
MELLO, Suely. A Educação da Criança de 3 a 6 anos. UNESP: Marília/SP, 1999, 10pp. Mimeo.

ARTISTAS E ARTEIROS FAZENDO ARTE

ARTISTAS E ARTEIROS FAZENDO ARTE


O QUE VAI ACONTECER NESSE DIA?
As pessoas vão se expressar através de desenhos, pintura, modelagem cerâmica, entalhe, colagem, xilogravura, pirogravura, impressão em geral, montagem de objetos, arte em papel, etc...Os artistas plásticos da cidade ou da região poderão montar seus “ateliers”, onde ficarão expostos seus trabalhos, ao mesmo tempo em que será apreciada a sua técnica. Artesãos poderão fazer seus trabalhos em publico, inclusive ensinando sua arte a pessoas interessadas.

QUE MATERIAIS SERÃO UTILIZADOS?
Poderão ser utilizados os seguintes materiais:
* tinta: látex, guache, anilina, pó de pintor...
* pincéis
* papéis: papel de jornal, papel pardo, sulfite...
* argila
* gesso
* durepox
* madeira
* cola
* solvente para limpeza de pincéis
* giz
* carvão
* lápis
* lápis de cera
* giz de cera
* sucata: garrafas plásticas, vidros, caixas, retalhos de tecidos, cereais, contas, macarrão, rolhas, palitos ,algodão, sementes e varetas...

COMO CONSEGUIR O MATERIAL?
Fazendo coletas antecipadas nas industrias, nas escolas, no comercio, junto a particulares.
Um posto de arrecadação facilitará a entrega do material doado.
O material não conseguido na coleta será adquirido pelo órgão promotor do evento.
A seguir, sugerimos receitas de tintas, que os organizadores deverão preparar com antecedência.
TINTA PARA PINTURA A DEDO
1º Receita:1 xícara de chá de polvilho, dissolvido em 1 xícara de chá de água fria. Juntar mais 2 xícaras de chá de água fervendo e levar ao fogo por mais 1 minuto. Depois de frio junta-se 1 colher de sopa de desinfetante e a tinta de pedreiro (xadrez) em cores vivas.
2º Recita: Dissolvem-se 5 colheres de maizena num copo com água fria; mistura-se tudo em 1 litro de água; leva-se ao fogo, mexendo sempre para não
empelotar, até se formar um mingau; quando estiver frio, mistura-se a tinta em pó.
3º Receita: 1 litro de água fria; 1 xícara de chá de maisena. Faz-se um mingau ralo. Depois de frio,junta-se a anilina da cor desejada e 1 colher de lisofórmio ou de sabão em pó (que conserva a tinta por sete dias).
4º Receita: ½ copo de farinha de trigo dissolvida em um copo de água fria. Cozer, mexendo para não encaroçar. Depois de frio, junta-se 1 colher de sopa de glicerina. Adiciona-se anilina vegetal em pó, aos poucos, até obter um colorido forte.
TINTA TIPO GUACHE
1º Receita: Mistura-se goma arábica rala já suficientemente aguada com tinta d’água comprada a peso e 1 colher de desinfetante.
2º Receita: 2 colheres de sopa de tinta d’água em pó; 1 colher de café de goma arábica ou cola de farinha de trigo cozida. Misturar bem, juntar um pouco d’água e o gesso no fim.
TINTA DE ANILINA
1º Receita: Dissolver a anilina em água fria, juntar 1 colher de café de goma arábica . Misturar bem e colocar em potes.
2º Receita: 100 gramas de goma arábica em pó, 100gramas de pedra-ume em pó, ½ garrafa de álcool, ½ garrafa de vinagre, 10 colheirinhas de chá de açúcar cristal, 10 colheirinhas de sal fino, 3 colheirinhas de anilina para cada 200gramas de mistura anterior.
Receita simples: 1 pacote de pó de pintor - 500 gramas, 1 copo de cola líquida (goma arábica), 1 colher de sopa de glicerina (para dar brilho), 2 copos d’água, 1 colheirinha de álcool. Modo de fazer: derrama-se aos poucos a tinta num recipiente, onde a cola tenha sido colocada. Mistura-se água, mexendo-se bem e, por fim, coloca-se álcool. Notas: a cor verde requer 2 copos de cola e 4 copos de água, para a mesma quantidade de pó; o roxo requer 1 copo e meio de cola e 3 copos de água para a mesma quantidade de pó.
TINTAS PARA CENÁRIO EM PANO
Tinta xadrez ou anilinas, misturadas com goma arábica diluída em água filtrada em
pano, mais um pouco de leite. Empregar com painéis largos (para fundos).
TINTAS PARA CENÁRIO EM PAPEL
Guaches, anilinas ou simples mistura de pigmentos coloridos, no leite cru ou morno.

EXPLICAÇÕES SOBRE O DESENHO
1 – BARRACAS
As atividades poderão ser realizadas em barracas, do tipo usado em quermesses. Caso não seja possível montar barracas com cobertura, poder-se-á colocar quatro tabuas sobre cavaletes, formando um quadrado. É interessante que os monitores, artistas e artesãos fiquem no interior das barracas e os participantes trabalhem sobre as tábuas por fora. Isso possibilita um menor controle do material e do espaço disponível, além de facilitar o trabalho dos orientadores.
2 – MONITORES
É muito importante que cada barraca conte com um número de monitores suficiente para controlar o material e estimular os participantes. Esse número poderá varias de uma barraca para outra, de acordo com o tipo de atividade. Nas barracas de pintura e dobradura, por exemplo, é interessante que haja 4 monitores (um em cada lado). Na barraca de modelagem em argila , 2 monitores podem ser suficientes.
Os monitores poderão ser estudantes de 2º e 3º graus. Os alunos do curso do magistério e professores de Educação Artística poderão dar uma boa colaboração na orientação das atividades.
3 – PLACAS DE SINALIZAÇÃO
Um dos elementos que contribuem para o êxito de um evento recreativo é uma sinalização adequada, de modo a facilitar a localização das atividades e estimular o publico a participar das mesmas.
4 – INSTALAÇÕES PARA EXPOSITORES DE TRABALHOS FEITOS PELO PUBLICO
É conveniente providenciar varais de arame ou barbante, onde serão dependurados desenhos, pinturas, colagens e outros trabalhos em papel feitos pelos participantes. Para trabalhos em argila, esculturas, prateleiras improvisadas com tábuas resolverão o problema. Também poderão ser usados muros, paredes, cercas e outros recursos. O importante é que os participantes possam deixar seus trabalhos expostos, se assim desejarem.
5 – ARTISTAS E ARTESÃOS
Os artistas e artesãos farão seus trabalhos no próprio local, de modo que o público possa acompanhar o seu trabalho, observando tanto o produto artístico-artesanal quanto o processo utilizado para a sua elaboração. Se houver possibilidade, os artesãos poderão ensinar os interessados a fazer trabalhos simples.

ONDE VAMOS FAZER AS “ARTES”?
Poderemos fazer artes e praças, ruas, avenidas, loteamentos, quadras de esportes , parques, bosque, creches, etc...Locais sombreados, arborizados seriam os melhores para o desenvolver o evento.
Esses locais deverão ser demarcados previamente, de acordo com as atividades a serem desenvolvidas.
Sugerimos 2 opções para a disposição dos setores de atividades:
A) Designar um setor para os artesãos e artistas, separado do setor de atividades para o publico.
B) Mesclar os setores de atividades para o publico com os setores dos artistas e artesãos.

ORGANIZAÇÃO GERAL DO EVENTO:
O desenho que segue procura dar uma idéia do aspecto que o evento pode ter: (desenhos)

BRINCADEIRAS TRADICIONAIS MUSICAIS

BRINCADEIRAS TRADICIONAIS MUSICAIS: análise do repertório recomendado pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / MEC

NOGUEIRA, Monique Andries / UFG
Introdução:
Sendo professora de música por origem e professora de um curso de Pedagogia por opção, pareceu-me extremamente oportuno debruçar-me sobre o material oriundo do MEC dedicado à Educação Infantil e investigá-lo, tendo por suportes teóricos autores dedicados à questão da infância e outros, ligados à especificidade da linguagem musical. Devido à amplitude do material, decidi por um recorte que reunisse dois conceitos que me parecem ser centrais dentro da proposta oficial: o brincar e a música. A análise das brincadeiras musicais sugeridas no documento, concretizadas na discografia recomendada, pareceu-me uma opção adequada, que reuniria esse dois tópicos.
Neste trabalho, utilizei os termos jogo e brincadeira como equivalentes, sem distinção quanto à utilização de regras ou faixas etárias. O termo brinquedo também foi utilizado no mesmo sentido na expressão brinquedo de roda, muito comum na bibliografia consultada e discografia consultadas.
O recorte feito, isto é, as obras musicais recomendadas que tivessem uma ligação explícita com a brincadeira, traduz minha necessidade de esclarecer as concepções de brincadeira musical vigentes. Num país onde se estimula crianças a se vestirem com trajes sensuais e requebrarem sobre garrafas, há que se resgatar brincadeiras verdadeiramente infantis, que respeitem o desenvolvimento da criança e não façam dela uma versão miniaturizada de dançarinas-objeto.
Nesse sentido, este trabalho espera ser útil para os profissionais envolvidos com a Educação Infantil propiciando o debate a respeito das práticas musicais relacionadas à infância.
1. Cultura lúdica: algumas aproximações
O brincar não é uma qualidade inata da criança. "Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem" (BROUGÉRE, 1998). Isto é, a criança aprende a brincar e isto se dá desde as primeiras interações lúdicas entre a mãe e o bebê. Ainda segundo Brougère (1998), a "criança começa a se inserir no jogo preexistente da mãe mais como brinquedo do que como parceira", mas, aos poucos, começa a perceber as regras implícitas e passa a desempenhar papel mais ativo.
À medida que passa a interagir com a mãe, a criança vivencia outras possibilidades de brincadeira. Ela as experimenta, às vezes solitariamente, antes de incorporá-las. Isso tudo confirma a existência do que Brougére (1998) chama de cultura lúdica: "conjunto de regras e significações próprias do jogo que o jogador adquire e domina no contexto de seu jogo ".
Nesse sentido, fica clara a centralidade da questão cultural. Para que a brincadeira aconteça, faz-se necessário que os atores envolvidos compartilhem de referências socio-culturais. Quando essa cumplicidade não existe, o jogo não acontece.
Nesse compartilhar de experiências se dá o que para Vygotski seria a relevância da brincadeira no desenvolvimento infantil: a possibilidade da criação de zonas de desenvolvimento proximal. A zona de desenvolvimento proximal seria a " distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes" (VYGOTSKI, 1998).
A criança não se limita a reproduzir as experiências alheias. Ela as reelabora, reinventa, somando o que observa no contexto social com o que lhe é interno. Vygotski (1982) alerta para a importância de se oferecer à crianças múltiplas experiências: "quanto mais aprenda e assimile, quanto mais elementos reais disponha em sua experiência, tanto mais considerável e produtiva será a atividade de sua imaginação ".
Sendo assim, está posta a questão do aprendizado da brincadeira e de sua relevância no meio social. Tanto Brougére quanto Vygotski, nos trechos acima citados, se referiam à própria natureza do brincar. Como então situar a brincadeira tradicional em relação a estes parâmetros? Como se dá o aprendizado de uma brincadeira tradicional? Ela continua a ser relevante? Tentarei, a seguir, esclarecer alguns pontos desta problemática.
2. Brincadeiras tradicionais musicais
A brincadeira ou o jogo tradicional é um tipo de brincadeira relacionada ao folclore, isto é, está filiada ao campo da cultura popular. Tem como características principais a transmissão oral e o anonimato da autoria.
Passando de geração em geração, vai sofrendo variações e incorporações, o que não lhe retira nenhum valor; pelo contrário, isto só reforça o caráter dinâmico da cultura.
O campo da brincadeira tradicional é vasto, como se pode detectar na rica obra de Veríssimo de Melo intitulada "Folclore Infantil" (1985). Entretanto, me deterei neste trabalho na análise das brincadeiras mais diretamente relacionadas com a música que, para efeito de sistematização, chamei de brincadeiras tradicionais musicais.
O caráter lúdico da música lhe é inerente; as crianças, historicamente, sempre se aproximaram da música. Da canção de ninar e do chocalho ao primeiro CD pedido de presente, a vida da criança, em diferentes contextos sociais, é marcada pela convivência com esta linguagem artística, talvez a mais presente delas.
Muitas vezes, essa música se materializa em uma brincadeira, isto é, deixa de ser o pano de fundo sonoro e passa a ser parte integrante do brincar. Assim acontece em determinadas brincadeiras tradicionais, como é o caso do "Serra serra serrador":
"Serra serra serrador
Quantas tábuas você serrou?
Uma, duas, três! "
Nesta brincadeira, a criança fica sentada na perna do adulto, de frente para ele. O adulto segura a criança pelas mãos e puxa-a para trás e para a frente, seguindo a pulsação da música. No último verso, ao dizer "três", a criança fica mantida com a cabeça voltada para o chão.
Este é apenas um exemplo de brincadeira tradicional musical. Destacarei, neste trabalho, dois tipos de brincadeiras tradicionais: a parlenda e o brinquedo de roda. Esta escolha se deve a dois pontos: o primeiro é que estas são brincadeiras com um imenso repertório, que se encontram enraizadas em todas as regiões do país, o que denota sua relevância social; o segundo ponto é que são justamente essa formas as que mais aparecem no material recomendado pelo MEC, que analisaremos oportunamente.
Parlenda é "um conjunto de palavras de arrumação rítmica, em forma de verso que rima ou não" (HEYLEN, 1991). Brincadeira registrada em várias partes do mundo, é chamada "lenga-lenga" em Portugal, "rimes populaires" na França e "folk rhymes" nos países de língua inglesa. Segundo Veríssimo de Melo (1985), elas podem ser divididas em três tipos: 1) brincos - as recitadas pelos pais ou amas que se destinam a entreter as crianças; 2) mnemônicas - recitadas por crianças com o objetivo de fixação de algum conteúdo (números, dias da semana); 3) parlendas propriamente ditas - as mais complexas, recitadas por crianças, como, por exemplo, os travalínguas.
Um exemplo do primeiro tipo - brinco - foi o citado anteriormente (Serra, serra serrador). A conhecida "Um, dois, feijão com arroz" seria um exemplo das mnemônicas, visto que serve para memorizar os numerais. Inúmeros são os exemplos para o último tipo e citarei aqui alguns dos mais conhecidos:
"Amanhã é domingo,
Pé de cachimbo
O cachimbo é de barro
Dá no vigário
O vigário é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco."
"Sol e chuva
Casamento de viúva.
Chuva e sol
Casamento de espanhol."
O aspecto rítmico fica evidente pois aí mesmo está a graça do brinquedo: é impossível a fala sem respeitar o desenho rítmico proposto. Dito sem as devidas inflexões, perde-se o caráter de parlenda. É interessante notar que muitas vezes a parlenda é explicada como um verso que não tem "música"; na verdade, isto é uma incorreção terminológica, pois o que não há é melodia. A melodia, como se sabe, é apenas umas das faces da linguagem musical, ao lado do ritmo e da harmonia. Talvez por herança da música européia, onde a melodia é preponderante, o senso comum se refere a "falta de música" onde a melodia não se encontra tão delineada. Mas atualmente, este preconceito é combatido, visto que outras correntes musicais podem ter no ritmo seu destaque, como é o caso da música africana. Sendo assim, fica clara que a parlenda é uma brincadeira intrinsecamente musical.
Embora as possibilidades lúdicas da parlenda sejam claras, o grande exemplo de brincadeira musical é, sem dúvida, o brinquedo de roda. Presença marcante na literatura brasileira, alvo de pesquisas e trabalhos
acadêmicos, o brinquedo de roda guarda inequívoca influência portuguesa, porém também apresenta traços de genuína brasilidade. Segundo Câmara Cascudo (1972), essas brincadeiras "dificilmente desaparecem e são das mais admiráveis constantes sociais, transmitidas oralmente, abandonadas em cada geração e reerguida pela outra, numa sucessão ininterrupta de movimento e de canto".
A brincadeira de roda já foi, sem dúvida, mais presente no cotidiano da criança do que é hoje, principalmente no meio urbano. No meio rural, ela ainda é observada com freqüência. Algumas hipóteses se levantam a respeito deste declínio: o fim do espaço socializante da rua, o advento dos brinquedos eletrônicos, o isolamento da criança frente à TV e até mesmo a "agenda" lotada que rouba à criança o tempo de brincar.
Algumas destas hipóteses, é claro, não explicam especificamente o caso da brincadeira de roda e se ajustam a qualquer análise da evolução das brincadeiras nas últimas décadas. Porém, uma delas - o fim do espaço da rua - me parece particularmente agudo no que diz respeito à brincadeira de roda. Sendo assim, tecerei algumas reflexões a este respeito.
Em primeiro lugar, este é um fato inegável. Não se tem mais, nas cidades, a segurança e a tranqüilidade que permitiam às crianças se organizarem em grupos ("a turma da rua de cima", por exemplo) e fazerem da rua seu espaço de convivência e brincadeira. Esse dado até explicaria o fato de que no meio rural, onde o espaço ainda existe, esse tipo de brincadeira ainda resista.
Isoladas em apartamentos ou presas atrás de grades de casas, com poucos ou nenhum irmão (a diminuição do número de filhos também não seria um fator, já que estas brincadeiras exigem um número maior de participantes?), tendo apenas o espaço dos "playgrounds" que, em geral, são abarrotados de brinquedos fixos que restringem ainda mais o espaço, as crianças urbanas quase não brincam de roda. Se perguntadas, muitas não conseguem cantar nem mesmo uma cantiga, quanto mais saber a maneira de brincar.
Como explicar, então, a freqüência da presença desta prática nas sugestões curriculares para a infância? Segundo Jurado Filho (1986), chegou-se mesmo à institucionalização: "neste processo, a cantiga de roda, suspensa da sua situação cotidiana de lazer, torna-se objeto de observação e aprendizagem em contexto escolar, especificamente pedagógico".
Penso que para responder a esta questão seria necessário, em primeiro lugar, entender que "qualidades educativas" teriam as cantigas de roda para despertarem, assim, o interesse de educadores. Em um sensível artigo, onde cada parágrafo inicia com os versos de uma cantiga de roda, Abramovich (1985) ressalta vários aspectos: o da identidade cultural ("vieram de tão antigamente, quando as avós de nossas avós já faziam roda, davam as mãos e cantavam por horas estas cirandas tão belas, tão plenas de elementos importantes, significativos, belos"), o do amadurecimento emocional ("quanta declaração de amor, quanto ciuminho, quanta inveja passava na cabeça de todos"), o do conhecimento do corpo ("tantas outras aproximações corporais que uma ciranda proporciona") e, é claro, o da brincadeira propriamente dita ("usar todos os movimentos, brincando de modo gostoso, solto, fora da sala de aula ... no mundo").
Sendo assim, a brincadeira de roda, longe da preocupação de torná-la conteúdo pedagógico, o que ameaçaria seu caráter verdadeiramente lúdico, pode ser fundamental numa concepção de educação infantil que tenha no brincar um de seus eixos norteadores.
No entanto, repito, é importante tomar cuidado com uma certa pedagogização da brincadeira. Segundo Kishimoto (1994), "os jogos tradicionais deixam de ter sua característica básica, a de veicular livremente a cultura infantil, ao priorizar aspectos educativos quando utilizados pela escola". Nesse sentido, a instituição escolar e, principalmente, os educadores, devem agir com prudência, procurando sustentação teórica em autores que têm lidado com a questão da brincadeira com rigor, para poderem estabelecer os alcances e limites desta prática.
Tendo claro que não interessa transformar a brincadeira tradicional em instrumento didático, poder-se-ia valorizá-la no ambiente escolar por, pelo menos, duas razões fundamentais: o resgate de identidade cultural da criança e o estabelecimento de relações físicas e sociais pouco disponíveis para a criança do meio urbano.
Desta forma, penso que uma vez ressaltada a importância da manutenção desta prática, cabe à escola oferecer meios para que ela se perpetue. Se não há o espaço da rua, que a escola ofereça o do pátio. Se a criança não tem tempo ou vive isolada, que a escola crie este tempo e propicie esta interação em seu programa. Se o repertório da criança é pequeno, cabe à escola promover sua ampliação, envolvendo-a em projetos sobre as tradições familiares e da região.
Penso que estas manifestações culturais - a brincadeira de roda e a parlenda - são por demais importantes para serem apenas reminiscências de outrora; é preciso que os educadores se mobilizem para que continuem sendo memória viva, manifestação da infância plena de significação e identidade cultural.
3. Análise do repertório recomendado
1. Situando o RCNEI/MEC
As décadas de 80/90 no Brasil foram marcadas, no campo educacional, por intensa mobilização em torno da construção de uma nova lei de diretrizes e bases. Embora o desfecho não tenha sido exatamente o esperado, visto que o projeto vindo da Câmara Federal, que traduzia melhor o pensamento de amplos setores organizados, foi sepultado no Senado, dando espaço para o substitutivo do Senador Darcy Ribeiro, é inegável que alguns avanços aconteceram. Para muitos observadores, um deles foi justamente o da legislação sobre Educação Infantil: pela primeira vez, a educação da criança pequena era vista como parte da educação básica, saindo da órbita exclusiva da assistência social.
Por conseguinte, era necessário que, aos moldes dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, fossem também elaborados materiais semelhantes voltados para a Educação Infantil. Como atesta o próprio Ministério da Educação e do Desporto (MEC) na apresentação deste material, este tem como objetivo auxiliar o professor "na realização de seu trabalho diário junto às crianças pequenas".
Três volumes compõem o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. O primeiro, intitulado "Introdução", traz reflexões sobre creches e pré-escolas brasileiras, infância, educação e profissionalização, além do referencial teórico que sustenta a obra. Neste volume é também exposta a estrutura da coleção, que se orienta sobre dois eixos de objetivos gerais: Formação pessoal e social e Conhecimento do mundo.
O segundo volume intitula-se, portanto, "Formação pessoal e social" e trata dos processos de construção da identidade e autonomia das crianças.
O terceiro volume, intitulado "Conhecimento de Mundo" traz seis documentos, cada qual relacionado aos sub-eixos de trabalho: Movimento, Música, Artes visuais, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade e Matemática.
Segundo a Secretaria de Educação Fundamental/MEC, esta coleção deve ser compreendida como uma ferramenta de estímulo à reflexão, e não como um roteiro a ser seguido cegamente. Entretanto, penso que devido à ainda incipiente produção sobre Educação Infantil no Brasil (se comparada com a literatura sobre os demais níveis de ensino), dificilmente ela deixará de ser vista como tal.
No que diz respeito à música (páginas 43 a 81), minha área específica, posso afirmar que ela se configura num bom material, começando com uma ligeira reflexão sobre as práticas recentes desta linguagem na escola e, posteriormente, oferecendo propostas mais condizentes com o que a pesquisa na área vem produzindo, as quais, em minha experiência com a educação musical na escola regular, já vinha testando e aprovando.
3.2 A Sugestão de discografia do RCNEI/MEC
O 3o volume do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) traz, em sua página 79, uma lista intitulada "Sugestões de obras musicais e discografia". Há nesta a indicação de 55 títulos, a grande maioria disponível em CD.
Esta lista forma, a meu ver, um rico conjunto que pode, certamente, levar a uma ampliação das referências musicais da criança, desde que trabalhado com seriedade. Seja em qual for o gênero, todas as obras aqui incluídas primam pela qualidade musical, pelo rigor técnico e, principalmente, pela adequação ao universo infantil, isto é, promovem a boa música sem buscar a erotização precoce nem o consumismo inveterado.
Teria apenas algumas retificações a fazer. Mesmo levando em conta que toda lista, por sua natureza, é provisória e incompleta, penso que a obra de Bia Bedran, conhecida compositora e professora de música, não poderia ter sido esquecida, o mesmo acontecendo com o trabalho de Rubinho do Vale dedicado à criança. A primeira, originária da cidade de Niterói, começou com o memorável "Bloco da Palhoça", grupo famoso na década de 80 no Rio de Janeiro que fazia um trabalho importantíssimo de resgate da cultura popular, com espetáculos musicais para a "criança cantar e brincar", como diziam seus cartazes. Depois, em carreira solo, Bia Bedran lançou os excelentes trabalhos "Angelus", "Quintal", "Bia canta e conta" e "A caixa de música de Bia", Protagonizou, também, o programa infantil "Canta conto", veiculado pela TV Educativa por vários anos. Seu trabalho prima pela qualidade musical, com arranjos diversificados, fazendo com que as crianças passeiem pelo Brasil através de toadas, xotes, sambas, rocks. Tudo isso com letras inteligentes e estimulantes, totalmente adequadas ao universo infantil.
Rubinho do Vale, por sua vez, é o autor do notável "Ser criança", lançado em vinil há alguns anos, mas já disponível em CD. Mais recentemente, lançou um trabalho alternativo (livro e fita cassete) com o também excelente Francisco Marques (o Chico dos bonecos), chamado "Enrola bola". O trabalho de Rubinho do Vale traz toda a riqueza do folclore do Vale do Jequitinhonha (MG), mesclado com belas composições e arranjos próprios.
Por fim, penso que teria sido importante recomendar o memorável trabalho de Braguinha e da Rádio MEC, que encantou crianças de várias gerações com sua Coleção Carroussel, aquela dos disquinhos coloridos. Recentemente, a Gravadora Continental, numa homenagem à Braguinha, relançou em CD alguns daqueles títulos, rebatizados como Coleção Era Uma Vez. Trata-se de um material histórico, de grande qualidade musical, e que continua despertando o interesse das crianças que o ouvem.
Para melhor analisar esta lista, poder-se-ia dividi-la em três grupos (ainda que se compreenda que divisões serão sempre esquemáticas e, por isso mesmo, reducionistas): música erudita, música popular e música regional. Obviamente, alguns autores passeiam por entre essas divisões como é o caso de Edu Lobo que transita entre o popular e o erudito, assim como Antônio Nóbrega entre o folclórico e o popular. Ainda assim, consciente destas dificuldades, estabelecerei estes parâmetros com o objetivo de dar um sentido de unidade à análise.
No campo da música erudita foram indicadas obras instrumentais, algumas de caráter descritivo ("Clássicos Divertidos") e outras com temática relacionada diretamente à criança ("Álbum das Crianças" de Tchaikowsky e "For children" de Béla Bartók).
No campo da música popular estará a grande parte da discografia sugerida. Há trabalhos de compositores populares consagrados ("Saltimbancos" de Chico Buarque e "Casa de Brinquedos " de Toquinho) e de outros menos conhecidos, mas igualmente ricos ("Meu pé, meu querido pé" de Hélio Ziskind e "Quero passear" do Grupo Rumo).
O outro grupo de obras é, sem dúvida, o mais difícil de ser classificado devido à sua abrangência: chamei de música regional na falta de melhor termo. Neste grupo estariam obras de caráter antropológico ("Bororo vive" com cantos dos índios Bororo), coletâneas de canções folclóricas ("Brincando de roda" de Solange Maria e "Dois a dois" do Grupo Rodapião) e obras que mesclam temas de domínio público com composições e arranjos próprios ("Madeira que cupim não rói" de Antônio Nóbrega e "Monjolear" de Dércio e Doroty Marques) .